| 17 Outubro 2013
Artigos - Movimento Revolucionário
Artigos - Movimento Revolucionário
Você
pode dizer que eles nunca conseguirão dar um golpe de estado, mas é o
que eles pregam, é o que sonham, e isso deveria levantar algumas
questões sobre a adequação deste partido e de outros com as mesmas
idéias no jogo democrático que eles claramente desprezam.
O moleque fedorendo e barbudo de ontem é o Caetano vestido de Black Bloc e o Chico Buarque defendendo a censura de hoje.
Como é impossível entender o que se passa no país dos Black Blocs através dos filtros da grande imprensa, é importante recorrer a fontes primárias como esse vídeo divulgado em 13 de junho pelo “Juntos”, o braço do PSOL que vai para as manifestações vestido de amarelo. É muito importante que a opinião pública entenda quem são essas pessoas que tomaram conta das ruas do Brasil, essa gente produzida aos milhares pelas universidades sustentadas com seu dinheiro. Não espere que produzam um prêmio Nobel, elas têm mais o que fazer.
Um
dos psolentos do vídeo fala que é do “tribunal popular”, seja lá o que
isso signifique, mas quem é minimamente alfabetizado e já estudou
Revolução Francesa sabe que o termo não traz boas lembranças. Um outro
está vestindo uma camisa com uma imagem de Lênin, o idealista que montou
o regime responsável pela morte 30 milhões de pessoas do próprio povo e
por 18 milhões enviados para campos de trabalho escravo. O leninista
diz que vivemos um “prelúdio de um novo tempo, o tempo de rua”. O dia 13
de junho, data em que o vídeo foi postado, é exatamente aquela
quinta-feira em que o caldo entornou em São Paulo e a jornalista da
Folha foi atingida no olho por uma bala de borracha.
Você
acha, sinceramente, que vai sentar com uma pessoa dessas e ter uma
conversa racional sobre política? Você acha que é uma batalha de
argumentos, que é só segurar aumento de passagem de ônibus que eles vão
trabalhar, estudar ou produzir alguma coisa para o país?
O
discurso deles no vídeo segue uma cartilha, nada é gratuito ou por
acaso, é tudo para, no limite, justificar o quebra-quebra e a “ruptura
sistêmica”. Não acredita? Leia outra fonte primária: o programa oficial do PSOL,
no próprio site do partido. Diz o texto: “a lógica egoísta e destrutiva
da produção, condicionada exclusivamente ao lucro, ameaça a existência
de qualquer forma de vida. Assim, a defesa do socialismo com liberdade e
democracia (sic) deve
ser encarada como uma perspectiva estratégica e de princípios. Não
podemos prever as condições e circunstâncias que efetivarão uma ruptura
sistêmica.”
Traduzindo:
-
O capitalismo liberal para esses democratas ameaça a existência de
qualquer forma de vida! Se você defende o sistema de livre mercado, você
é um perigo para todas as espécies do planeta. Será essa a base da
acusação no seu julgamento do tribunal popular? Se for, boa sorte para
você.
-
Eles não podem prever como se fará a derrubada do sistema atual, ou
melhor, qualquer forma de ação revolucionária é aceitável para fazer a
“ruptura sistêmica”. Isso não é uma teoria conspiratória, é o que
defende o programa do partido do Jean Wyllys e do Marcelo Freixo. Nem o
Hezbollah diria melhor.
Você
pode dizer que eles nunca conseguirão dar um golpe de estado, mas é o
que eles pregam, é o que sonham, e isso deveria levantar algumas
questões sobre a adequação deste partido e de outros com as mesmas
idéias no jogo democrático que eles claramente desprezam.
O
fato é que esse pessoal hoje sai das péssimas faculdades brasileiras e
vai para Folha, para o Estadão ou para o UOL escrever as notícias que
você lê, para ONGs e movimentos sociais que influenciam diretamente as
políticas públicas, e enquanto esse ciclo vicioso não for quebrado só
vai piorar. Há uma guerra ideológica que precisa ser enfrentada porque
ameaça a democracia e se só um lado está jogando, o resultado final não
pode ser surpresa. Acha exagero? Leia essa matéria do O GLOBO que mostra
que o PSOL é o partido preferido dos jornalistas.
Quando
eles passam dos 40 anos de idade, estes radicais vão dirigir as
redações dos jornais, as áreas de humanas das universidades, os núcleos
de conteúdo das TVs ou escrever roteiros de novelas, e são reverenciados
e festejados pela cultura.
É
o que vivemos hoje com a geração forjada nos anos 60/70 no Brasil. O
moleque fedorendo e barbudo de ontem é o Caetano vestido de Black Bloc e
o Chico Buarque defendendo a censura de hoje. O vídeo do PSOL não é
caseiro, ele tem produção e edição profissional, custou dinheiro, tem
alguém pagando isso e não é pouco. Esse pessoal não está para
brincadeira, como você pode ver em qualquer manifestação. Eles querem
ver o circo pegar fogo e estão contando com a conivência ou com a
negligência dos palhaços e do respeitável público.
Se
você der os ombros e esquecer o assunto, o assunto um dia vai lembrar
de você. Como disse Churchill, “houve um momento em que um simples
memorando teria impedido Hitler.” Os problemas não somem porque são
ignorados, você descobre isso em algum momento da vida, de um jeito ou
de outro.
Alexandre Borges é diretor do Instituto Liberal.
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