| 17 Agosto 2013
Artigos - Governo do PT
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"Corrupção é uma bola de neve. Se começa a rolar, precisa aumentar."
Charles Caleb Colton
Charles Caleb Colton
He is back! O
maior julgamento da história retorna às telas com novo elenco, em
versão revista e modificada. Onze homens e suas muitas sentenças. Não há
quem desconheça o interesse de Lula, presidente de fato da República,
de Dilma, a "presidenta" de direito, e do partido governante, em livrar
da prisão os velhos companheiros e os parceiros já condenados pelo STF. A
roda do tempo e do destino concedeu-lhes, para a fase de deliberação
sobre os embargos interpostos pelos réus, a oportuna e estratégica
possibilidade de prover duas vagas que se abriram no plenário daquela
Corte.
Pois
bem, se nada sei a respeito do ministro Teori Zavaski, um dos dois
novos atores da novela, conheço muito bem o modo de agir do petismo. E o
ministro Luís Roberto Barroso, por sua vez, cuidou pessoalmente,
reiteradas vezes, de manifestar seus sentimentos em relação ao caso.
Antes de iniciar a deliberação sobre os embargos, Barroso declarou que o
julgamento fora "um ponto fora da curva" nas decisões do Supremo e que o
STF havia "endurecido a jurisprudência". No primeiro dia, sem que
ninguém lhe perguntasse, saiu declarando que o mensalão não fora "o
maior caso de corrupção da história". Opa, foi sim, ministro! Pela
gravidade foi, sim. Pelo fato de o governo haver comprado a dinheiro uma
parte do parlamento, foi sim. Pelo fato de uma parte do parlamento se
ter vendido ao governo, foi sim.
Nessa
mesma ocasião, após dissertar, não sem razão, sobre os males da
corrupção, o ministro Barroso condenou o modelo institucional brasileiro
como causa principal das desgraças morais de nossa política. Tal
afirmação poderia estabelecer um ponto a favor de sua excelência. Eu
mesmo arranjei-me uma lesão por esforço repetitivo de tanto escrever
sobre isso. Mas não é correto invocar os vícios do modelo institucional
para diluir, para liquefazer, robustas e seríssimas responsabilidades
individuais. É o mesmo argumento, sem tirar nem pôr, que os petistas
sacam do bolso sempre que necessário para defender os seus. E o fazem
retornar cuidadosamente ao mesmo compartimento do casaco quando se
referem, por exemplo, ao tucanoduto mineiro, que está na fila para
apreciação pelo STF. Tem razão o ministro. O sistema é corruptor, sim.
De quem for corruptível.
Realmente
não ficou bem para ele expressar por tantos modos certa indulgência em
relação aos graves crimes cometidos por réus que são protegidos de quem o
indicou ao cargo que agora ocupa no STF. Eis por que não hesito em
afirmar que se as coisas andarem para onde parecem soprar os ventos do
momento, se com a mudança de composição da corte o caso sofrer a
reviravolta que aparentemente se desenha no horizonte, esta nova etapa
do julgamento do mensalão poderá se converter no segundo maior escândalo
de corrupção da história da República. Nem só de dinheiro se alimenta a
bola de neve da corrupção.
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