NOVA DENÚNCIA DO USO DOS CORREIOS PELO PT PARA FAZER CAMPANHA PARA DILMA TAMBÉM NO MATO GROSSO
ENTREGA
EXPRESSA – Nilton Nascimento, diretor dos Correios em Mato Grosso,
reúne funcionários para pedir o envio relâmpago de cartas pedindo votos
para Dilma e candidatos do PT (VEJA)
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Na
noite de terça-feira, 23 de setembro, o diretor regional dos Correios de
Mato Grosso, Nilton do Nascimento, reuniu a cúpula da empresa e
funcionários do setor administrativo a portas fechadas, no Hotel Mato
Grosso Palace, em Cuiabá. Horas antes, o espaço havia sido reservado em
nome da autarquia para que Nascimento pudesse colocar diante dos seus
colegas de trabalho e subordinados o candidato ao governo pelo PT, Lúdio
Cabral, e o deputado estadual que tentava novo mandato Ademir
Brunetto (PT)). Os dois puderam expor livremente suas propostas e
explicar como, segundo eles, os doze anos de governo Lula e Dilma
Rousseff (PT) foram bons para a categoria.
Depois
daquela reunião, Nilton do Nascimento, filiado PT, decidiu enviar cartas
em tempo recorde para eleitores do estado pedindo votos para a dupla
petista e para dois outros candidatos: o deputado federal Ságuas Morais
(PT) e a presidente-candidata Dilma Rousseff.
Ságuas
Moraes faz parte, em Brasília, do que chamado "baixo clero" no
Congresso. Deputado de primeiro mandato, é assíduo na Câmara – mais de
95% de presença em sessões deliberativas em 2014 –, mas não tem
influência política na bancada e não conseguiu aprovar nenhum projeto de
lei durante seu mandato. No último domingo, Ságuas foi reeleito com
mais de 97.000 votos. O candidato ao governo, Lúdio Cabral, perdeu no
primeiro turno para o governador eleito Pedro Taques (PT). Ademir
Brunetto não conseguiu se eleger.
Dois
dias depois da reunião no hotel em Cuiabá, Nilton Nascimento disparou
cartas para funcionários dos Correios pedindo voto para os quatro
candidatos – Dilma Rousseff incluída. Na capital, Nascimento utilizou,
sem autorização, o banco de dados dos Correios para saber onde cada
funcionário atuava e pode enviar – nominalmente – os pedidos de voto. A
prática configura violação do Manual de Comercialização dos Correios,
que é explícito: “a postagem de impressos e malas diretas de propaganda
eleitoral somente será autorizada a candidatos e partidos regularmente
registrados na Justiça Eleitoral para o evento”.
Parte
das cartas políticas foi entregue no dia seguinte à postagem, em alguns
casos mais rápido que o próprio serviço Sedex. Em Mato Grosso, uma carta
demora, em média, três dias para ser entregue para chegar ao
destinatário – ou até cinco dependendo do município do interior. Mais:
cada correspondência foi despachada ao custo de 0,60 centavos – preço
menor do que o praticad, conforme a tabela dos Correios, que prevê 1,30
real por unidade. “Uma pessoa comum não conseguiria ter feito aquilo,
enviar cartas em tempo recorde e ainda usar o cadastro de funcionários. É
um privilegio postar correspondências por menos da metade do preço”,
disse ao site de VEJA o presidente do sindicato da categoria, Edmar
Leite.
Carta enviada por funcionário dos Correios pedindo votos em Dilma e candidatos do PT em Mato Grosso
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Nilton
do Nascimento admite ter enviado 670 cartas. Em Cuiabá e Várzea Grande,
por exemplo, todos os mais de 500 carteiros receberam o pedido de votos.
Em nota, Nascimento negou irregularidades, disse que pagou do próprio
bolso o envio das correspondências e afirmou que os pedidos de votos
ocorreram “na condição de cidadão”. “Não houve operação especial para a
entrega e os objetos seguiram o fluxo postal previsto para esta
modalidade de serviço”, disse.
O
conjunto de ilegalidades e a suspeita de uso político da máquina federal
estão sendo apurados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato
Grosso após denúncia do Sindicato estadual dos Trabalhadores nas
Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais.
A denúncia do sindicato é grave, mas não é a primeira vez nestas eleições
que os Correios são acusados de uso eleitoral pelo PT. Em Minas Gerais,
o PSDB acusa a autarquia de ter confiscado material de campanha do
candidato à Presidência, Aécio Neves. O tucano contratou o serviço de
mala direta postal domiciliária para a distribuição de 5.634.000 de
cartas, mas nem todas as correspondências foram entregues. Do site da revista Veja
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