OPERADOR DE CAMPANHAS DO PT ESTAVA NO JATINHO QUE TRANSPORTAVA DINHEIRO VIVO
Benedito
de Oliveira Neto, empresário beneficiado por contratos com o governo
federal e financiador do "bunker" onde o comitê da campanha de Dilma
Rousseff em 2010 se misturava com um núcleo de espionagem, era um dos
ocupantes do avião em que a PF apreendeu 116 000 reais na noite desta
terça-feira, em Brasília.
A história se repete: Benedito de Oliveira Neto, empresário envolvido no escândalo de espionagem que atingiu a campanha petista em 2010, estava em aeronave apreendida pela PF com dinheiro vivo.
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Um
conhecido colaborador de campanhas eleitorais petistas estava a bordo do
avião no qual a Polícia Federal apreendeu, na noite desta terça-feira,
116 mil reais em dinheiro vivo no aeroporto de Brasília.
A
aeronave foi abordada pelos agentes federais logo após pousar, vindo de
Belo Horizonte. Uma denúncia anônima levou os policiais a fazerem o
flagrante.
Os três
ocupantes do avião, um turboélice registrado em nome de uma empresa de
participações, foram levados até a Superintendência da PF em Brasília
para prestar esclarecimentos.
Entre eles estava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília com negócios no governo federal e que ficou conhecido na campanha eleitoral de 2010 por bancar despesas do comitê eleitoral da então candidata petista Dilma Rousseff.
Bené
também patrocinou um grupo que operava na clandestinidade, dentro do
comitê de campanha, para produzir dossiês contra o tucano José Serra,
então adversário do PT.
Na época, o coordenador da campanha de Dilma Rousseff era o hoje governador eleito de Minas Gerais Fernando Pimentel.
Junto
com Bené estava Marcier Trombiere Moreira, funcionário de carreira do
Banco do Brasil que ocupa, desde março deste ano, o cargo de assessor
especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi. O terceiro ocupante da
aeronave foi identificado como Pedro Medeiros.
Amigo
de petistas influentes, especialmente de Minas Gerais, Bené era um
empresário pouco conhecido de Brasília. No governo do PT, ficou rico: de
repente, suas empresas -- a Gráfica Brasil e a Dialog Eventos --
passaram a ganhar fortunas com contratos públicos. Durante os dois
mandatos do ex-presidente Lula, as empresas faturaram 214 milhões de
reais.
A
Dialog chegou a ser proibida de contratar com o governo após a
descoberta de uma série de irregularidades. Em muitos órgãos públicos,
ela era contratada sem licitação. Auditorias oficiais concluíram que a
empresa costumava receber pagamentos por serviços nunca prestados.
A
Gráfica Brasil, por sua vez, continuou firme e forte com seus negócios
na máquina federal. Já no governo Dilma, recebeu 109,6 milhões.
Na
campanha de 2010, Bené atuou com uma espécie de tesoureiro informal da
campanha de Dilma. Cuidava das finanças e também da logística da
estrutura montada em Brasília para servir à candidatura presidencial
petista.
Até
estourar o escândalo da espionagem, revelado por VEJA, Bené era o
responsável por pagar as despesas de uma casa montada para servir à
campanha. Também foi ele quem providenciou outros imóveis utilizados
pelo comitê petista -- incluindo a casa onde a então candidata Dilma
Rousseff morou, no Lago Sul de Brasília, até ser eleita presidente.
Nas
eleições deste ano, o empresário voltou à cena, só que mais
discretamente. Bené auxiliou a campanha do petista Fernando Pimentel.
Sempre nos bastidores. Ele transitava entre Brasília e Belo Horizonte. A
Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem dom dinheiro. Do site da revista Veja
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