17/09/2013
às 19:30 \ Política & Cia
MENSALÃO: Julgamento já durou mais do que a II Guerra Mundial — desde o começo, entre muitos outros fatos, 4 ministros se aposentaram, 1 morreu e o Brasil ganhou 13 milhões de habitantes mais

INTERMINÁVEL
-- Até amanhã, dia do voto decisivo do ministro Celso de Mello sobre a
aceitação ou não dos embargos infringentes, o processo do mensalão se
arrastado por 7 anos, 5 meses e 7 dias (Foto: arche.org)
A guerra em que morreram 50 milhões de pessoas, iniciada com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista de Adolf Hitler a 1º de setembro de 1939, terminou com a cerimônia de capitulação do Japão — aliado da Alemanha e da Itália fascista no chamado Eixo –, a 2 de setembro de 1945, a bordo do couraçado norte-americano USS Missouri, fundeado ao largo da Baía de Tóquio.
A II Guerra durou 6 anos e 1 dia. O julgamento do mensalão, até amanhã, dia do voto decisivo do ministro Celso de Mello sobre a aceitação ou não dos recursos denominados embargos infringentes, terá se arrastado por 7 anos, 5 meses e 7 dias.

Amontoada
numa das mesas de apoio do plenário do Supremo, a montanha de autos do
processo; 50 mil páginas e 200 apensos (Foto: Nelson Jr / STF)
Desde então, mais de 700 testemunhas foram ouvidas, a montanha de autos do processo abrange 50 mil página e cerca de 200 apensos com material pertinente ao caso, e o Supremo realizou quase 60 sessões de julgamento.

2
de setembro de 1945: no momento soleníssimo em que termina o maior
conflito bélico da história da Humanidade: o comandante norte-americano
para o Pacífico, general Douglas MacArthur (esq.), assiste ao chanceler
Manoru Shigemitsu assinar o instrumento de rendição incondicional do
Japão a bordo do couraçado "USS Missouri", fundeado na Baía de Tóquio.
(Foto: AP)

Enquanto
o Japão se rendia incondicionalmente, mais de 1.000 aviões de guerra da
Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram, com um longo e enorme
rugido, a Baía de Tóquio, em demonstração de força minuciosamente
organizada (Foto: AP)
O processo que procura colocar na cadeia um grupo de políticos e outras personalidades que tramaram colocar o Legislativo sob controle do Executivo por meio de dinheiro sujo — uma tentativa de “um golpe de Estado branco”, como definiu o ministro aposentado do Supremo Carlos Aires Britto — dura

O
processo já atravessou um pedaço do primeiro mandato presidencial de
Lula, seu segundo mandato inteiro e a maior parte do de Dilma (Fotos:
AFP :: Flávio Florido)

Os
ex-ministros Eros Grau, Carlos Alberto Menezes Direito, Ellen Gracie,
Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto. Menezes Direito morreu, os demais se
aposentaram desde que o processo começou a caminhar no Supremo (Fotos:
STF)

O
mensalão se estendeu tanto que esgotou os mandatos dos
ex-procuradores-gerais da República Antonio Fernando de Souza (que
ofereceu a denúncia) e Roberto Gurgel (que fez a acusação de viva voz no
Supremo), avançando para dentro do mandato do atual, Rodrigo Janot
(Fotos: STF :: STF :: André Borges / Folhapress)

Processo
tão longo permitiu até que a Igreja tivesse, nesse entretanto, dois
papas -- Bento XVI, que renunciou, e seu sucessor, o papa Francisco
(Foto: Laurent Kalfala / AFP)
Para que a Seleção Brasileira de futebol disputasse (e perdesse) duas Copas do Mundo.

Enquanto
o mensalão se desenrolava no Supremo, a população do Brasil cresceu em
13 milhões de habitantes (Ilustração: tela "Operários" (1933), de
Tarsila Amaral)
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