segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mídia Sem Máscara - Dois pesos e duas medidas

Mídia Sem Máscara - Dois pesos e duas medidas


Os cubanos exilados alertaram os venezuelanos de que depois dos médicos viriam os educadores, depois os desportistas e quando eles abrissem os olhos Cuba já teria invadido e dominado o país.

Os venezuelanos debocharam e afirmaram ser exagero.

Esse assunto já está desgastado antes mesmo de os médicos estrangeiros começarem a exercer as funções para as quais foram contratados, mas a histeria da mídia e dos esquerdistas circulantes pelas redes sociais, blogs e sites é tão grande, que não dá para deixar passar em branco certas afetações que revelam os dois pesos e duas medidas tão comuns na praxis comunista.
Não tenho qualquer intenção de defender quem quer que seja, muito menos os médicos cubanos, pois as denúncias feitas por aqueles que conseguiram escapar da Venezuela, Bolívia e aqui mesmo do Brasil (ver meu artigo Contratação dos médicos cubanos: o que há por trás disso?) são demasiadamente claras para quem analisa os fatos sem paixão, sobretudo para aqueles que têm algum respeito pela vida, liberdade e dignidade da pessoa humana.
A mídia inteira tem se esmerado em acusar os médicos brasileiros de “racistas”, ardilosamente usando como argumento a foto de um cubano negro, cujo fisionomia denota tristeza e constrangimento diante de uma sonora vaia em Fortaleza, como se esse gesto tivesse sido dirigido apenas a ele, por ser negro, e não a todos os demais integrantes do grupo. Não sou dada a agressões desse tipo, preferindo sempre o embate verbal com argumentos e provas, mas não posso fazer de conta que desconheço não somente as vaias como as tentativas de agressão física que estes mesmos defensores dos cubanos castristas fizeram com a “blogueira cubana branca” Yoani Sánchez, quando esteve no Brasil no início deste ano.
Todo mundo sabe que fui talvez a primeira pessoa no Brasil a denunciar a falsa oposição desta blogueira mas, mesmo assim, jamais me passaria a vaiá-la ou agredi-la da forma covarde - afinal, ela era uma só! - como ela foi por parte de uma turba ensandecida que a julgava “vendida ao império”, “agente da CIA” e outras sandices mais. Cubanos são todos os que nascem em Cuba, evidentemente, mas os que vêm através de um acordo espúrio entre os ditadores Castro e o governo petista são os únicos que merecem respeito. Qualquer outro cubano que não faça parte do esquema é “gusano”, e não só merece como deve ser apedrejado, cuspido e vaiado.
Os “médicos” cubanos que estão dando declarações vieram com um discurso pronto e ensaiado, com frases de efeito bem ao gosto do socialismo, como“vamos aos lugares onde ninguém quer ir” ou “nós não trabalhamos por dinheiro, trabalhamos por amor”. Essa última frase, então, comoveu os corações humanistas dos defensores dos Castro, esquecendo, convenientemente, que se isso fosse verdade a ditadura cubana não receberia nenhum centavo por este “gesto humanitário”. 
Há exatos dois anos o governador do Ceará, Cid Gomes, causou justa indignação e foi duramente criticado por professores ao declarar, por ocasião de uma greve desta categoria profissional, que Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro. Ninguém trabalha “só por amor” e deve ser remunerado por seus serviços, a menos que escolha o voluntariado - que não é o caso dos cubanos -, assim como esses médicos não vão tratar uma apendicite aguda ou um infarto com “amor”, mas com procedimentos e medicamentos que inexistem nesses lugares inóspitos que os médicos brasileiros se recusam a ir. E merecem ser remunerados como qualquer outro trabalhador, assim como os médicos de outros países que chegaram aqui através do mesmo programa. 
É espantoso, portanto, que os comunistas falem tanto em “respeito aos direitos humanos” e “igualdade” e não percebam a discrepância abissal entre a forma de pagamento e valor do salário entre os médicos cubanos e os demais, e que ainda defendam o absurdo de que os cubanos não tenham um contrato individual mas terceirizado, através da OPAS, que repassa o dinheiro para Cuba, que lhes paga o que bem entende. É absurdo que esses “humanistas” aceitem a desculpa de que, como Cuba age assim em mais de 50 países isso, por si só, é correto. É ultrajante que pessoas que reclamam de seus baixos salários, como professores, e façam greve por melhorias, aceitem como normal e legal que outros profissionais, só porque são regidos por uma ditadura comunista possam vir ao seu país como escravos, pois não têm direito a um contrato de trabalho individual, não têm direito a uma remuneração direta com o empregador - o Governo brasileiro -, não tenham liberdade de locomoção, não possam trazer suas famílias como os demais, e que a AGU tenha dito de antemão que a Justiça negará asilo político caso eles venham a solicitá-lo. 
Segundo o advogado geral da União, Luís Inácio Adams“Esses médicos vêm como profissionais, eles vêm em cima de um compromisso, de um acordo, de um programa, de uma relação de trabalho. Não me parece que sejam detentores dessa condição de permanência. Os boxeadores vieram aqui ao Brasil participar de evento, é diferente a situação”. Sim, a situação é diferente de fato. A única coisa em comum é que eles não são donos das próprias vidas, sãopropriedades do Estado cubano, tanto é assim que dentro do grupo há alguns “capitães-do-mato” que retêm os passaportes para que não haja possibilidade de fuga. Nem todos são médicos, daí a pantomima de descer do avião de jaleco como se o aeroporto já fosse um hospital cheio de pacientes necessitados de socorro urgente. Com todos vestidos iguais, ninguém sabe quem é médico e quem é agente do G2.
Quer dizer, se já foi anunciado que a Justiça brasileira irá negar o asilo político, é porque tanto o Brasil como Cuba SABEM que muitos desses médicos “aceitam” trabalhar nessas missões pela oportunidade de sair da ilha e tentar escapar para algum país livre. E isso não chama a atenção de nenhum dos que criticam os que estão condenando a vinda desses “médicos” ao Brasil, e sua raiva vem exatamente porque querem camuflar que Cuba é uma ditadura miserável e que ninguém foge “para lá” mas “de lá”!
Nos primeiros anos da ditadura chavista os cubanos exilados, que conhecem sobejamente a prática castrista de ir entrando sorrateiramente nos países com a desculpa dessas “missões humanitárias”, alertaram os venezuelanos de que depois dos médicos viriam os educadores, depois os desportistas e quando eles abrissem os olhos Cuba já teria invadido e dominado o país. Os venezuelanos debocharam e afirmaram ser exagero. Hoje, só de “médicos” (e escrevo com aspas porque muitos deles têm competência para ser, no máximo, auxiliares de enfermagem e NUNCA apresentaram diploma a ninguém) há em torno de 30.000. A infiltração nas Forças Armadas é algo alarmante, ao ponto de ocuparem até cargos de comando, além de notarias, ministérios e controle total dos registros civis e de comunicação (internet, telefonia fixa e móvel, imprensa) totalmente em mãos dos cubanos.
Caminhamos para o mesmo, pois o governo já advertiu sobre um programa semelhante na área de educação. Enquanto o problema está atingindo a classe médica as esquerdas estão rotulando essa categoria de xenófoba, racista, elitistas desalmados e mercenários que têm nojo de pobre. Quero ver quando a invasão cubana for se estendendo a outras categorias, como a dos professores, se eles vão ser tão solidários e humanistas como estão sendo agora.
Quando o Papa Francisco esteve no Brasil, fez uma declaração em um de seus discursos públicos alertando para o uso do povo pelos políticos. Alertava, sabiamente, o amado pontífice, que para os políticos o “povo” era apenas um chavão para manipular votos. Apesar do programa “Mais Médicos” ter sido acordado desde o ano passado, o “povo” nem as casas legislativas que supostamente são seus representantes foram ouvidas, nem antes nem agora. Foi criado um decreto especial para receber esses profissionais sem ter que passar pelo Revalida e eles estão sendo impostos aos brasileiros na marra. Os que questionam ou rechaçam são tratados como desumanos e elitistas O dinheiro que está sendo gasto com esses contratos daria perfeitamente bem para abrir postos de saúde, ambulatórios e hospitais equipados com o mínimo necessário para atender a população, além de ambulâncias para atendimento de urgência. Mas isso não abasteceria os cofres dos ditadores cubanos. 
Outra aberração imposta de cima para baixo sem direito a recusa, é o alojamento desse pessoal nos quartéis das Forças Armadas. Seria a forma mais prática de manter um controle sobre este pessoal, uma vez que há regras a serem cumpridas que não existem nos hotéis? Se esses médicos cubanos são pessoas livres como os demais, por que foi necessário a ministra da Saúde cubana acompanhar a frota e fazer discurso em Brasília?
Ano que vem haverá eleições presidenciais e prevejo que nas campanhas não faltarão imagens dos pobres do fim do mundo abraçados aos “doutores cubanos”, agradecendo ao governo por ter-lhes dado assistência médica, mesmo que continuem padecendo o flagelo da seca, da fome, da miséria e da falta de perspectiva. Quando o povo brasileiro abrir os olhos já será tarde demais. Que o diga a Venezuela que não quis dar ouvidos a quem sabe quem são os ditadores Castro e hoje já é um país miserável, onde falta até papel higiênico. Como em Cuba.

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