terça-feira, 10 de dezembro de 2013

“Achismo” prevalece na Câmara paulistana e Comissão da Verdade conclui que JK foi assassinado

Fábrica de gênios – É impressionante a capacidade do brasileiro de ser especialista em todos os assuntos. A mais nova sandice nessa tresloucada Terra de Macunaíma ficou por conta do vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão da Verdade criada pela Câmara Municipal de São Paulo. De acordo com Natalini, o colegiado concluiu que a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 22 de agosto de 1976, foi fruto de conspiração política, não diretamente do acidente automobilístico ocorrido na Via Dutra, na altura da cidade de Resende.

Segundo o vereador paulistano, a conjuntura política da época é suficiente para comprovar o assassinato de JK. “O Brasil procurou jogar os crimes da ditadura militar para debaixo do tapete, não só esse, mas muitos”, disse Natalini.
Com base em quase uma centena de indícios, provas e testemunhos, a Comissão da Verdade criada pelo Legislativo paulistano afirma que o laudo do exame necroscópico realizado no motorista de Juscelino é fator determinante para comprovar o atentado.
“O orifício do crânio do motorista do Juscelino foi uma coisa que foi vista. O perito veio aqui e disse ‘eu vi o orifício’. O fragmento de metal dentro do crânio do cadáver na exumação ser descrito como fragmento de prego no caixão, quer dizer, aonde um prego de caixão vai entrar dentro do crânio de um cadáver? Isso é o conto da carochinha, não sei como o país pode ter acreditado nisso”, declarou Gilberto Natalini.
“E toda a conjuntura política que rolava no país naquela época, que o Juscelino partia de uma candidatura e que o Regime [Militar] não queria a candidatura dele. Isso somado às questões do Cone-Sul , vocês viram a carta do Contrera, vocês viram a articulação que houve, eles eliminaram os adversários políticos e ele foi um dos eliminados”, emendou.

Por viver em um país ainda democrático, Natalini tem o direito de pensar e falar o que bem quiser, mas, de chofre, ressaltamos que indícios não servem como base de condenação, portanto devem ser descartadas pela Comissão da Verdade, cujo objetivo é contar à população brasileira a verdade do jeito que alguns desejam. Em outro ponto lembramos que um legislador que usa o pleonasmo “entrar dentro” está precisando se licenciar do cargo para aulas de gramática e língua portuguesa.
As Comissões da Verdade que se esparramam pelo País nada mais são do que grupos de “paraquedistas” a serviço da obsessão revanchista dos atuais donos do poder, que não se cansam de imputar aos militares crimes ocorridos durante a ditadura militar, tendo ou não conexão com o regime de então.
Se a régua usada pela Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo é a que deve ser utilizada para elucidar crimes ocorridos durante o período do militarismo, então é preciso rever milhares de mortes acontecidas à época. Trata-se de uma mais um comportamento obtuso de boa parte dos políticos brasileiros, que querem mudar a História apenas porque não sabem como exercer os respectivos mandatos.
Considerando que a conclusão a que chegou a Comissão da Verdade presidida por Natalini é o padrão a ser adotado de agora em diante, que a Câmara de São Paulo abra um procedimento para elucidar a morte do pai do editor, que três dias antes de ser vítima de um misterioso acidente aéreo recebeu em seu escritório dois agentes do extinto Serviço Nacional de Informações, o outrora bisbilhoteiro SNI.

  
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